quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

E em cada canto uma dor ...


Festa! Folia! Samba!

E seja lá o que for que o carnaval represente para a maioria das pessoas.

Pra ser sincera, eu não vejo graça no carnaval. Gente quase pelada, se embebedando e fazendo só Deus sabe o quê. E ainda tem o axé. Nada contra, mas eu não gosto.

Eu fico pensando em festas como essa, por exemplo, a Copa do Mundo de Futebol. Realmente, esses momentos em que muitas pessoas se reúnem com um só pensamento, ou que, mesmo separadas, as pessoas têm em mente um único objetivo devem ser ótimos. É claro que essas horas de descontração são boas, afinal, com tantos problemas, tantas desgraças acontecendo no mundo e tantas pessoas sofrendo, é muito justo que alguns poucos possam enfiar o pé na jaca pelo menos uma vez no ano. Não é?!

Há uma música que muito me lembra o carnaval: A banda, de Chico Buarque. Uma das coisas que mais gosto na arte (música, poesia, escultura, pintura, ...) é que cada um pode interpretá-la de uma maneira diferente. Antes da minha interpretação dessa música, segue a letra:

A Banda - Chico Buarque

Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O homem sério que contava dinheiro parou
O faroleiro que contava vantagem parou
A namorada que contava as estrelas parou
Para ver, ouvir e dar passagem
A moça triste que vivia calada sorriu
A rosa triste que vivia fechada se abriu
E a meninada toda se assanhou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
O velho fraco se esqueceu do cansaço e pensou
Que ainda era moço pra sair no terraço e dançou
A moça feia debruçou na janela
Pensando que a banda tocava pra ela
A marcha alegre se espalhou na avenida e insistiu
A lua cheia que vivia escondida surgiu
Minha cidade toda se enfeitou
Pra ver a banda passar cantando coisas de amor
Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou
E cada qual no seu canto
Em cada canto uma dor
Depois da banda passar
Cantando coisas de amor

No início, as pessoas estão tristes ou muito ocupadas com coisas sem importância. Depois, quando a banda passa, elas começam a dançar, cantar e sorrir. Todo mundo se diverte. Todo mundo está feliz. E só está, porque assim que a banda vai embora, elas voltam a ser como eram.

E é assim que eu vejo o carnaval. Como uma fuga dos problemas. Passamos boa parte do nosso tempo reclamando do governo, da desonestidade dos outros, da violência e até do tempo. Mas aí chega o carnaval, e todos se esquecem das queixas. E quando ele acaba, volta tudo a ser o que era.

Eu não acho que o carnaval seja algo ruim. Acho que nós, brasileiros, o encaramos de uma maneira ruim. Por que diversão é sinônimo de bebida alcóolica e sexo? Por que não é sinônimo de SER (não ESTAR) feliz? Por que muitas pessoas só conseguem se divertir bêbadas? É sério, não consigo entender. Quem está bem consigo mesmo não precisa de bebida pra se divertir. A felicidade não está no samba, na festa, no alcóol, mas em nós menos. As pessoas verdadeiramente felizes encontram a felicidade nas pequenas coisas: num abraço, num beijo, numa caminhada, num almoço com a família, e até mesmo nos momentos nos quais deveriam estar tristes. Tudo bem tomar um gole ou outro, mas encher a cara já é demais. Essas coisas estão além da minha compreensão. Beber até cair, perder a consciência e ainda acordar com dor de cabeça! Realmente, o ser humano é um bicho estranho!!!

Por último, só queria dizer que não tenho coisa alguma contra o carnaval, só acho que poderíamos aproveitá-lo de maneira (mais) saudável. Essas festividades nos fazem esquecer dos problemas, mas não faz com que eles acabem.
PS: "Depois da tempestade vem a bonança." (Mas "depois do carnaval, vem a ressaca.")
PS 2: Espero que, não só nesse carnaval, mas até o fim de nossas vidas, possamos SER felizes, e não simplesmente ESTAR felizes.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Meio ambiente



Depois do Natal e do Ano Novo, voltei!!!

No post de hoje, gostaria de falar um pouco sobre a profissão que escolhi: jornalista.
Pra ser bem sincera, eu gostaria de fazer alguma coisa na área de biologia. Eu simplesmente adoro os animais marinhos, e queria fazer oceanografia. Mas depois de pesquisar um pouco, descobri que poucas faculdades oferecem esse curso, e pensei que não teria muito mercado no Brasil. Talvez até tenha, mas eu não queria arriscar.
Então, o jornalismo surgiu. A vontade de escrever e de lidar com animais e a natureza. E veio a idéia de unir as duas coisas. E estava decidido, eu seria jornalista ambiental.

Falando em meio ambiente, estou lendo o livro "Formação e Informação Ambiental" - jornalismo para iniciados e leigos, organizado pelo Sergio Vilas Boas. A obra reúne seis artigos de diferentes jornalistas sobre: energia, água, alimentos, ecossistemas, economia sustentável e inchaço urbano. Nossa, estou aprendendo muito. E percebendo o quanto esse assunto é complexo. Acho que é por isso que não existem muitas pessoas especializadas nessa área. Meio ambiente é um tema que envolve muitos setores: biologia, política, ciência, e por aí vai. E também é algo fundamental em nossas vidas. Saber cuidar do lixo, não desperdiçar água, e ter a consciência de que tudo o que fazemos contra a natureza pode prejudicar todos nós.

No capítulo do livro que fala sobre a água, é mencionado um professor de estatística dinamarquês chamado Bjorn Lomborg, que defende a tese que muitas idéias catastróficas sobre o meio ambiente são falsas. Eu acho muito difícil ter a certeza de que faltará água daqui a sete, vinte, sessenta ou cem anos. Ou que o o mundo acabará em sei lá que ano. Mas o que custa usar os recursos naturais com moderação? O que nos custa fechar bem a torneira? Desligar o chuveiro na hora de se ensaboar? Só por que existe em abundância vamos desperdiçar? E se faltar?? Como é que vai ser??? Quem pode provar que nunca vai faltar água?
Há tantos lugares em que a água é escassa, e nós que a temos a desperdiçamos?!
Acho que seria melhor se cuidássemos do nosso planeta agora, antes que seja tarde. Cuidar do nosso lixo, da nossa natureza, dos nossos animais, e de nós mesmos.

É por isso que às vezes me indigna essas "histórias espaciais" do tipo "vamos descobrir se Marte é habitável", ou "vamos descobrir se em planeta tal tem ouro ou outra coisa que possamo explorar". Penso que o dinheiro seria melhor empregado se usado na preservação do que é nosso. Mas parece que tem gente que já desistiu da Terra, e está pensando em morar em outro planeta. E já não basta estar explorando os recursos do nosso mundo, agora querem também explorar os do planeta dos outros? (Isso é claro, supondo que seja habitado.)

E por hoje, chega. Vou falar mais sobre meio ambiente nos próximos posts.

E pra finalizar, gostaria de compartilhar uma das frases do Calvin que mais gosto. Ah, pra quem não conhece, estou falando das tirinhas de Calvin e Haroldo (no original, Calvin and Hobbes).


("Às vezes eu acho que o sinal mais forte de que existe vida inteligente em outro lugar do universo é que eles não tentaram nos contactar".)
PS: Apoiado, Calvin!