domingo, 16 de dezembro de 2007

A Verdade



A porta da verdade estava aberta,
Mas só deixava passar
Meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade,
Porque a meia pessoa que entrava
Só trazia o perfil de meia verdade,
E a sua segunda metade
Voltava igualmente com meios perfis
E os meios perfis não coincidiam verdade...
Arrebentaram a porta.
Derrubaram a porta,
Chegaram ao lugar luminoso
Onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
Diferentes uma da outra.
Chegou-se a discutir qual
A metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela
E carecia optar.
Cada um optou conforme
Seu capricho,
Sua ilusão,
Sua miopia.
Carlos Drummond de Andrade



sábado, 24 de novembro de 2007

O Outro Lado



O outro lado é duro, é cruel
Não é o nosso
É difícil de entender
É difícil superar
É incompreensível,
Até certo ponto
Aí, é inaceitável
Ele machuca, faz sofrer
Marca a alma
Fere
Mata algo em nós
E então, renascemos
Como fruto de idéias anônimas
Como retrato do que conhecemos,
aprendemos, sofremos,
e aceitamos.
Marcella Pimenta

sábado, 17 de novembro de 2007

Lemas d'O Pasquim

Recentemente, estava estudando sobre o tablóide "O Pasquim" para um seminário. Encontrei um livro chamado "O Pasquim e Os Anos 70 - mais pra eba que pra oba", de José Luiz Braga. Ainda o estou lendo, mas em uma parte, o autor fala sobre os lemas d'O Pasquim. Resolvi postar alguns dos que considero mais interessantes.

  • O Pasquim não se responsabiliza pela opinião de seus colaboradores; aliás nem pelas suas.
  • Se vocês acham que o Pasquim está ótimo, saibam que ainda estamos dando o pior de nós mesmos.
  • Um jornal que tem a coragem de não se definir.
  • O Pasquim - sempre em alta, graças ao nosso baixo nível.
  • O Pasquim - um jornal sem um nome a zelar.
  • O Pasquim - o último reduto da molecagem.
  • O Pasquim - tentando enganar todo mundo o tempo inteiro.
  • Um jornal mais pra EPA que pra OBA.
  • O Pasquim - um jornal que não vê o final do túnel.
  • O Pasquim - um jornal que não é editado por seus editores.
  • Um jornal que quer poder dizer o que quer.
  • Um jornal que não tá achando a menor graça.
  • Um folião no velório.
  • Rio, mas é de chorar.
  • Imprensa é oposição, o resto é armazém de secos e molhados.
  • 1983: até aqui, tudo mal.
  • Mais verde de susto do que de esperança.
  • Quem tem jornal tem medo.
  • Pasquim - um jornal alegre mas cheio de apreensões.
  • Um jornal apreensivo.
  • Pasquim - um jornal com liberdade de autocensura.
  • Se alguém pensa que o Pasquim se atemoriza com ameaças e pressões, pode tomar nota de uma coisa: é verdade.
  • O Pasquim - corajoso como um rato.
  • Dá um boi pra não entrar na briga, dá uma boiada para sair dela. (Millôr)
  • Prontos para resistir até a primeira gota de sangue.
  • O Pasquim - um jornal que reage à altura, desde que o adversário não tenha mais de 1,60 metro.
  • O Pasquim - o pior cego é aquele que quer ver.
  • O importante não é vencer, é sair vivo.
  • Quem é vivo sempre desaparece.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Eu me pergunto por que

Quando eu fico aqui sonhando
eu olho pro céu e me pergunto
por que pintamos as nuvens de azul
e deixamos o céu em branco
quando na verdade é o contrário

Então eu continuo
e me pergunto
por que sonhamos acordados
com um mundo melhor
se na verdade o mundo é formado
por pessoas, como eu e você
E se é assim,
se o mundo está ruim
não é porque nós também estamos assim?
E aí eu me pergunto
por que sofremos por quem não devemos
e não pense em outro alguém,
pois na verdade é você

Então, novamente, incontrolavelmente,
eu me pergunto
por que queremos crescer
não queremos ser crianças
mas ser criança é tão bom

E então quando crescemos
sonhamos sobre quando éramos crianças
e desejamos que esse tempo voltasse
mas já é tarde

O inevitável aconteceu
Crescemos
Deixamos a bela infância
Esse tempo passou

E eu continuo andando e sonhando
e finalmente eu me pergunto
por que ...

Marcella Pimenta

PS: Isto (não sei como chamá-lo) não tem pretensão alguma de ser poema ou qualquer coisa do tipo. Isto foi pensado (leia-se "veio à minha mente"), e depois escrito em um momento que não era esperado.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Não sou alegre nem sou triste ...

e muito menos poeta! (poetisa, no caso)

(Comediante, talvez???)

Ontem, enquanto duas amigas e eu estávamos no corredor do UniCeub, um professor passou e disse: "Oi, meninas". E eu disse: "Oi, menino". Aí uma das minhas amigas falou: "Marcella, você devia ser comediante". Talvez também por outra coisa que eu disse no dia anterior. E eu: "Eu não daria certo como comediante. Sou comediante do momento". Sou daqueles que não planejam piadas. Somente dizem coisas engraçadas quando surge a oportunidade. Provavelmente, se fosse ensaiado, não seria engraçado.
No sábado, depois de outro comentário "engraçadinho" meu, outra amiga, enquanto íamos ao banheiro disse algo como: "O que vem na cabeça, a Marcella fala". Retruquei:"Nem sempre. Você não tem idéia das coisas que eu penso e não falo".
Há uns anos, eu era muito mais "bocuda". Falava sem pensar, e acabava ferindo os outros, mesmo sem querer. Falava sem ter consciência do que estava dizendo, sem pensar em como aquilo iria atingir outra pessoa. Eu sei que às vezes, essas brincadeiras podem parecer maldosas, mas eu não as faço com essa intenção. Em alguns momentos, logo após a "piadinha", já falo " é brincadeira". Nem toda brincadeira tem um fundo de verdade.
Acho que o momento em que resolvi ter mais controle sobre esse "humor" foi quando uma amiga minha disse: "A Marcella prefere perder o amigo do que perder a piada". Naquele tempo, ela tinha razão. Fiquei um tempo pensando nisso, e percebi que perder um amigo (mesmo que a piada seja ótima), não vale a pena por uma piada.
Mas eu também não estava, e não estou disposta a guardar as piadas só pra mim. Acredito que depois de um tempo, as pessoas percebem que não faço por mal. Não é uma crítica nem uma ofensa. É só uma piada. Nem sempre ela reflete o que eu penso sobre aquela pessoa. Nem sempre tem um fundo de verdade. Não faço pra ferir ninguém. Faço pra rir, pra fazer os outros rirem.
Afinal, o que seria da vida sem humor? Que graça ela teria se não déssemos risadas algumas vezes? Que mal há em rir até ficar vermelho e chorar? Em rir sem parar por uns muitos segundos? Afinal, o que seria de nós, se não nos permitíssemos gargalhar até das coisas mais banais?

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Aprender pra quê?

No "Jornal Hoje" de hoje, vi uma reportagem a respeito de darem dinheiro para estudantes que tirarem notas altas nas escolas municipais do Rio de Janeiro.(http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM735043-7823-DINHEIRO+EM+TROCA+DE+BOAS+NOTAS,00.html)
A medida ainda não foi regulamentada e a prefeitura do RJ ainda não informou de onde sairão os recursos.

Bem, eu acredito que o dinheiro é um incentivo para que os alunos estudem e se esforçem mais. Pórém, esse não deveria ser o caminho. O aluno não deve estudar mais pensando no dinheiro que irá receber. A meu ver, essa medida soa como se o dinheiro fosse o fim, que devemos estudar pra conseguí-lo.
Se a intenção é estimular a educação, por que não dar um prêmio educativo? Uma coleção de livros, ou uma quantia para que ele escolha os livros, um computador/laptop (sim, ele pode ser usado com esse propósito), não sei, qualquer material que dê a oportunidade de o aluno adquirir mais conhecimento.
Nos meus tempos de ensino fundamental, meu pai dava a mim e a meu irmão uma quantia singela caso passassémos de ano. Honestamente, eu não estudava pelo dinheiro. Estudava porque queria ficar de férias e viajar sem problemas. Creio que todos aqueles que recebem notas altas, ou que em alguns casos, passam de ano, é ótimo ver o boletim e sentir orgulho de si mesmo. Talvez seja até melhor saber que nossos pais também se orgulham de nós. E pra mim, estudar nunca foi sacrifício. Como boa sagitariana, adoro aprender. É a busca pelo conhecimento, e não pelo dinheiro, que deve nos guiar.
Faça o que tem que fazer sem pensar nas recompensas financeiras que pode receber. Faça porque é o que deve fazer. Faça pela sensação do dever cumprido. Faça pela satisfação pessoal e espiritual. Faça por você mesmo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Conheça primeiro

Caraca, há muito tempo que não escrevo aqui.
Mas quem é vivo sempre aparece. Ou escreve.

Semana passada acabou o US Open (torneio de tênis). (E daí??)
E sei lá porque, pensei na maneira como me interessei pelo esporte.
Eu achava que tênis era só "bolinha pra lá, bolinha pra cá". Enfim, um jogo muito chato. Depois pensei: "Como que você diz isso se nunca parou pra assistir a uma partida? Como você critica uma coisa que não conhece?"
Pra poder dizer que não gosta, a gente tem que conhecer. Como dizer que não gosta de quiabo se nunca comeu? Ou que não gosta de Machado de Assis se nunca leu nada que ele escreveu?
E num belo dia, como meu pai tava assistindo a um jogo, parei pra assistir também. E já com aquela idéia: "Agora eu vou poder dizer que não gosto." E me surpreendi.
Em menos de 30 segundos, já tinha gostado. Tudo bem que era um jogo com o Roger Federer. Pra quem não sabe, o cara joga muito. Número um do mundo desde fevereiro de 2004, já conquistou vários títulos. E além de grande tenista, tem uma personalidade cativante.
E é melhor eu parar por aqui, senão falo dele o dia inteiro.
E desde o ano passado, virei fã de tênis (e de alguns tenistas é claro). Aliás, é um dos poucos esportes que acompanho. Na verdade, só acompanho tênis e vôlei. E vôlei, só a seleção. Gosto de jogar basquete (apesar da altura), mas não tenho paciência pra ver os outros jogarem pela tv.
No início eu pensava: "Sua burra, como é que você ficou esse tempo todo dizendo que não gostava, e agora tá que nem uma boba assistindo?! Agora vê se pelo menos não comete o mesmo erro."
Então, percebi que só posso criticar algo tendo o mínimo de conhecimento a respeito. E que na hora de conhecer, você tem que ter a mente aberta, e não uma opinião formada. É preciso expandir a viseira.

Falha minha: o "setor aviário" do post passado foi um erro terrível, acho que estava em outro planeta, ou em transe, sei lá. Enfim, desculpem.
E Jr, valeu pelo toque. Nem tinha percebido.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Outros olhares sobre o acidente da Tam

Tarde do dia 17 de julho. Estava eu de férias em Montes Claros, Minas Gerais (onde mora a grande maioria de minha família) assisitindo aos jogos PanAmericanos. De repente, a Globo pára a tansmissão dos jogos para mostrar imagens do acidente da Tam. Naquele momento, não dei tanta importância ao fato. Na verdade, a palavra não é importância. Simplesmente não considerei a possibilidade de passar vários minutos vendo as chamas. E imaginando o acidente. No outro dia, percebi que "O ASSUNTO" era o acidente da Tam. E no decorrer da semana. E da outra também. Então pensei em algo que acredito que poucas pessoas pensariam em meio a uma tragédia como essa: "Não tem mais nada acontecendo no mundo não???". Na semana do acidente, tudo o que se via na televisão (meio de comunicação ao qual eu tinha mais acesso nas férias) era Acidente da Tam, Pan, e por poucos momentos, a morte do ACM. Não estou dizendo que a morte de 199 pessoas não seja importante. Mas depois disso, muitos questionamentos me vieram a mente. Reflexões que podem parecer vir de uma pessoa insensível, que não está nem aí pra morte dessas pessoas. Mas eu acho que a gente tem que refletir sobre os erros, mesmo tendo sido cometido pelos outros, e aprender com eles.
Percebi o quanto as pessoas se interessam pela tragédia alheia. Há pessoas que querem ver os corpos carbonizados. Assim como no acidente do jato Legacy e o boing da Gol, há um interesse muito grande em ver os cadáveres. Ontem, vi um post num blog em que o autor criticava isso: o desejo mórbido pela tragédia humana.
Notei como as pessoas podem se voltar tanto para um, ou dois acontecimentos, e deixar os outros de lado. Não só as pessoas, como a mídia. Sei que vivemos uma época de caos no setor aviário, e relamente, a coisa tá feia mesmo. Só que isso todo mundo já sabe. Até quem não viaja de avião. E isso me levou a outra reflexão.
É tanta reportagem acerca dos aeroportos que ninguém se importa com a população que não viaja de avião. Acho que a última vez que viajei de avião foi em 2005, ou 2004. Viajar de avião é rotina para poucos, se comparado ao resto da população. Agora andar de ônibus por exemplo, faz parte do cotidiano de muitos. Ontem, indo à faculdade, entrei num ônibus que, depois de duas ou três paradas, lotou. Só pra dar uma idéia: imagine que, ao invés de colocar um par de cada animal na Arca de Noé, decidiram colocar todos. Acho que mais um pouco e teria gente brigando por ar lá. Mas a mídia não se importa com as dificuldades de transporte da população. Pelo menos não com as da que não viaja de avião.
O acidente da Tam fez a população se voltar pAra esse fato de maneira tão intensa, a ponto de esquecer seus problemas. Nos deixamos anestesiar pela tragédia dos outros e esquecer de nós mesmos. Tá certo, não tenho parente ou amigo vítima do acidente. E é por isso que não me sensibilizei tanto com isso. Chorar faz bem, é uma das formas de mostrar a dor, protestar, exigir explicações, tudo isso é compreesível. Mas pelo menos para mim, pensar constantemente na tragédia só vai fazer mal. Tenho pavor a essas imagens de corpos carbonizados, chamas e acidentes em geral. E desses fatos, cada um tira uma lição. Cada um aprende. E com o tempo, as pessoas que perderam entes queridos aprender a viver com a dor. Porque não há como voltar no tempo.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

No semestre passado, no seminário de português, meu grupo ficou encarregado do livro "Enterro Celestial", de Xinran. A obra é sobre uma chinesa que decide ir para o Tibet procurar seu marido, desaparecido durante a guerra entre o Tibet e a China. E nessa busca, ela vive no Tibet por 30 anos. (Isso mesmo, TRINTA ANOS!!!) Na divisão do conteúdo, minha parte foi fazer um breve resumo do livro, e falar um pouco sobre a vida da autora. No início, não encontrei muita coisa sobre ela, então, decide procurar em sites em inglês. Foi só aí que pude mergulhar em seu mundo. Acredito que a cultura oriental, por ser tão diferente da nossa, nos atrai. Gostei muito da história de Xinran: quase não teve contato com seus pais, devido a Revolução Cultural, o que comenta em seu livro "As Boas Mulheres da China" (maravilhoso); josrnalista que "levantou o véu das chinesas" através de seu programa de rádio noturno, "Palavras na brisa noturna. Como não pode publicar seu primeiro livro, "As Boas Mulheres da China" na China, mudou-se para a Inglaterra. Tem um filho, e é casada com um britânico. Atualmente, é colunista do jornal inglês "The Guardian".
Na minha pesquisa, descobri que ela fundou uma instituição que apoia crianças chinesas e suas famílias, adotivas ou não, para que tenham maior contato com a cultura chinesa. O endereço é www.motherbridge.org/. Logo no começo, tem um texto lindo que eu gostaria de colocar aqui:

Legacy of an adopted child

Once there were two women who never knew each other
One you do not remember, the other you call mother
Two different lives shaped to make you one
One became your guiding star; the other became your sun
The first one gave you life, and the second taught you to live it
The first gave you a need for love. The second was there to give it
One gave you a nationality. The other gave you a name
One gave you a talent. The other gave you aim (direção)
One gave you emotions. The other calmed your fears
One saw your first sweet smile. The other dried your tears
One sought (seek) for you a home that she could not provide
The other prayed for a child and her hope was not denied
And now you ask me, through your tears,
The age-old question unanswered through the years
Heredity or environment, which are you a product of?
Neither, my darling. Neither. Just two different kinds of love

Author unknown
Proud and loving mother to the amazing Emma Yu Qiao Qiao

Tradução:

Legado de uma criança adotada

Era uma vez duas mulheres que não se conheciam
De uma você não se lembra, a outra, você chama de mãe
Duas vidas diferentes para torná-la uma
Uma tornou-se seu guia, a outra, seu sol
A primeira te deu vida, a outra te ensinou a viver
A primeira te deu a necessidade de amar. A outra te deu amor
Uma te deu uma nacionalidade. A outra te deu um nome
Uma te deu um talento. A outra te deu uma direção
Uma te deu emoções. A outra acalmou seus medos
Uma viu seu primeiro sorriso. A outra secou suas lágrimas
Uma procurou para você o lar que ela não pôde dar
A outra rezou por uma criança, e seu pedido não foi negado
E agora você me pergunta, aos prantos,
A velha pergunta que não foi respondida durante os anos
Hereditariedade ou o meio, de qual é você produto?
De nenhum, minha querida, de nenhum. Apenas dois tipos diferentes de amor

Autor desconhecido
Mãe amorosa e orgulhosa da maravilhosa Emma Yu Qiao Qiao

No site, tem o texto e uma mulher lendo-o. (só áudio)

terça-feira, 31 de julho de 2007

Primeiro post

Desde o semestre passado eu queria montar um blog. Mas o tempo passou, e eu acabei esquecendo. Aí ontem, no primeiro dia de aula do 2º semestre, um professor disse mais ou menos o seguinte: "Estudante de jornalismo tem que ter um blog".
Então eu disse a mim mesma: "Marcella, essa semana você vai fazer isso".
Dito e feito. E mais rápido do que eu pensava.
O último livro que li foi "Perdas e Ganhos", de Lya Luft. Pesquisando sobre ela encontrei o seguinte:
A autora diz ser uma constatação precária dizer que ela escreve sobre mulheres. Mulheres não são seus personagens exclusivos. “Escrevo sobre o que me assombra”, observa. (http://www.releituras.com/lyaluft_bio.asp)
Aqui também não vai ter essa história de escrever sobre aquilo frito ou assado. Vou escrever sobre coisas que penso, vejo e sinto. E também alguns textos.
Não sei no que vai dar isso tudo. Mas espero que leiam, pensem e comentem.
No semestre passado, escrevi um texto pra aula de português. A professora disse que o tema era livre, mas que a linguagem deveria ser de acordo com o público-alvo. Estava sem idéia alguma. De repente, olhei pra umas revistas que guardava no meu quarto, e vi uma em cuja capa havia a foto da Ana Carolina Reston. Então, surgiu o assunto, e o texto, compartilho com vocês:

Vivemos hoje a "Ditadura da Magreza": quanto mais magra, mais bonita. A maioria é ou quer ser modelo, atriz, famosa, outra querem apenas ser iguais às outras, ou ser o que a sociedade quer. Algumas acreditam que comer de forma saudável não é o bastante, a gente tem é que passar fome: beber água e comer alface no lugar das refeições. É claro que essa dieta balanceada tem que ser aliada a exercícios físicos diariamente. Se você quer ter o corpo igual ao das estrelas de Hollywood e top models, essa é a fórmula: comer o mínimo possível e malhar que nem uma condenada. Quando você começar a desmaiar e sentir dor de cabeça, não se preocupe, isso significa que a dieta já está dando resultados. Você vai conseguir realizar um dos três desejos que faria ao gênio da lâmpada: ser magra. Ou melhor: esquelética, saco de ossos ambulante, isso se você conseguir andar muito entre um desmaio e outro.
E um dia, quando você for se pesar naquela balança que você tem no quarto, deixe de lado a estética, os números, coloque na balança a sua saúde, o seu bem-estar. Pense que há tantas mulheres querendo ter o que você tem: bumbum e seios. Tantas colocando silicone, enquanto o seu é natural. E agora vai um conselho de amiga: se valorize, não machuque o seu corpo em nome de um padrão de beleza bobo. Escolha a sua saúde. Escolha VOCÊ.


PS: nada contra ser magra, só acho que a saúde é mais importante.