domingo, 24 de maio de 2009

Com ou sem tela?


Ontem, fui ao show do Skank. Nossa, durou umas 2 horas, foi MUITO bom. Também, eles só têm música boa. Sem contar que eu adoro o Samuel Rosa.
Algumas músicas já tinham tocado tanto nas rádios, que eu já não aguentava mais ouvir. Como por exemplo “Vamos fugir” e “Vou deixar”. Mas no show, eu poderia ouvir umas 20 vezes. Não era só o clima e o ambiente, a vontade de cantar alto e pular porque show é pra isso mesmo. Até as músicas lentas deles eram elétricas. O lugar, a música, a energia que a banda passava, tudo, tudo dizia: Pula e canta alto, menina!
E é esse tipo de sentimento e vontade que você só sente no show.
É essa a diferença entre ouvir o CD e ir ao concerto. Ou ver o jogo pela TV e ir ao estádio.
Mesmo que você goste da banda/cantor ou do time/atleta, a janela pela qual você vê muda o que você sente.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

realidade

Às vezes, eu olho para o mundo, vejo e sinto que isso não é real. Eu olho e só consigo pensar que não é só isso. Não estou falando de vida após a morte. Pelo menos não do jeito que conhecemos. Falo de uma vida além dessa. Talvez até de uma vida que realmente seja a vida. Porque parece que essa é um teste. E esse negócio de realidade é pura balela.
Essa é uma sensação que me acompanha há muito tempo. Toda vez que abro os olhos, o mundo me parece uma coisa estranha. Eu só consigo pensar: “Não é só isso. Não pode ser só isso. Tem mais”. Eu não sei o que é, mas existe.
Ficamos tão concentrados no que achamos que é nossa vida: trabalho, estudo, farra, blá blá blá..., que esquecemos de ver, pensar e sentir.
Porque é só esse o mundo que conhecemos. Acreditamos que esta é a nossa vida. Mas eu acho que ela é muito mais. Mais do que lá fora, e bem mais do que aqui dentro.

terça-feira, 5 de maio de 2009

NA NATUREZA E DENTRO DE SI MESMO


NA NATUREZA SELVAGEM
A dramática história de um jovem aventureiro

O jovem aventureiro é Chris McCandless.
O destino: o Alasca. O objetivo: encontrar-se.
Chris tinha acabado de se formar na faculdade, com 22 anos, como um dos alunos mais brilhantes. Doou todo o dinheiro que tinha no banco (U$ 24,000) para uma instituição de caridade (Oxfam) e assumiu o nome de Alexander Supertramp numa viagem de mais de 2 anos. Até chegar ao Alasca, Chris conheceu muitas pessoas e passou por diversos lugares. Mas não era só o Alasca que Chris procurava.
Jon Krakauer conta também a história de muitos jovens como Chris, incluindo a si mesmo.
O filme, dirigido por Sean Penn e estrelado por Emile Hirsch, foca na história de McCandless.

Honestamente, não acredito que ele era louco. Às vezes, não sei se a sociedade na qual vivemos nos aproxima ou nos afasta de nós mesmos. Será que as coisas realmente são complexas? Ou somos nós que as dificultamos?
Poucas pessoas sabem o que, de fato, as faz feliz. Isso porque, acredito eu, não sabemos quem somos. Como saber o que agrada ou não um desconhecido? E Chris foi em busca de si mesmo. Talvez, não só disso. (Não que isso seja pouco.) Tenho a suspeita de que, em certos momentos na vida, perdemos o significado das coisas. Estamos sempre fazendo, agindo. E esquecemos de pensar no que fazemos. O ritmo frenético que o mundo nos impõe impede a reflexão do dia-a-dia. Fazemos e pronto. Mas por que fazemos? Pra quê? Pra quem? Esquecemos de questionar, de buscar respostas. E Chris foi atrás disso.
Podemos especular o quanto quisermos acerca do que realmente levou Chris à esta aventura. Fato é que nunca teremos certeza.
Eu só acho que, no final das contas, nada do que conseguimos aqui, levamos.
Mas aqui dentro, isso fica para sempre.


O deserto é o ambiente de revelação, estranho genética e fisiologicamente, sensorialmente austero, esteticamente abstrato, historicamente hostil. [...] Suas formas são nítidas e sugestivas. A mente é assediada por luz e espaço, a novidade sinestésica da aridez, alta temperatura e vento. O céu do deserto é abarcante, majestoso, terrível. Em outros hábitats, a linha do céu acima do horizonte é quebrada ou obscurecida; aqui, junto com a parte acima da cabeça, é infinitamente mais vasta do que a do campo ondulado e a das florestas. [...] Num céu desobstruído, as nuvens parecem mais imponentes, refletindo às vezes a curvatura da Terra em suas concavidades inferiores. A angulosidade das formas terrestres do deserto empresta uma arquitetura monumental tanto à terra como às nuvens. [...]
Ao deserto vão profetas e eremitas; pelo deserto cruzam peregrinos e exilados. Aqui, os líderes das grandes religiões buscaram os valores terapêuticos e espirituais do retiro, não para fugir da realidade, mas para encontrá-la.


Paul Shepard. Homem na paisagem: uma visão histórica da estética da natureza
[página 36 do livro “Na natureza selvagem”]