Tarde do dia 17 de julho. Estava eu de férias em Montes Claros, Minas Gerais (onde mora a grande maioria de minha família) assisitindo aos jogos PanAmericanos. De repente, a Globo pára a tansmissão dos jogos para mostrar imagens do acidente da Tam. Naquele momento, não dei tanta importância ao fato. Na verdade, a palavra não é importância. Simplesmente não considerei a possibilidade de passar vários minutos vendo as chamas. E imaginando o acidente. No outro dia, percebi que "O ASSUNTO" era o acidente da Tam. E no decorrer da semana. E da outra também. Então pensei em algo que acredito que poucas pessoas pensariam em meio a uma tragédia como essa: "Não tem mais nada acontecendo no mundo não???". Na semana do acidente, tudo o que se via na televisão (meio de comunicação ao qual eu tinha mais acesso nas férias) era Acidente da Tam, Pan, e por poucos momentos, a morte do ACM. Não estou dizendo que a morte de 199 pessoas não seja importante. Mas depois disso, muitos questionamentos me vieram a mente. Reflexões que podem parecer vir de uma pessoa insensível, que não está nem aí pra morte dessas pessoas. Mas eu acho que a gente tem que refletir sobre os erros, mesmo tendo sido cometido pelos outros, e aprender com eles.
Percebi o quanto as pessoas se interessam pela tragédia alheia. Há pessoas que querem ver os corpos carbonizados. Assim como no acidente do jato Legacy e o boing da Gol, há um interesse muito grande em ver os cadáveres. Ontem, vi um post num blog em que o autor criticava isso: o desejo mórbido pela tragédia humana.
Notei como as pessoas podem se voltar tanto para um, ou dois acontecimentos, e deixar os outros de lado. Não só as pessoas, como a mídia. Sei que vivemos uma época de caos no setor aviário, e relamente, a coisa tá feia mesmo. Só que isso todo mundo já sabe. Até quem não viaja de avião. E isso me levou a outra reflexão.
É tanta reportagem acerca dos aeroportos que ninguém se importa com a população que não viaja de avião. Acho que a última vez que viajei de avião foi em 2005, ou 2004. Viajar de avião é rotina para poucos, se comparado ao resto da população. Agora andar de ônibus por exemplo, faz parte do cotidiano de muitos. Ontem, indo à faculdade, entrei num ônibus que, depois de duas ou três paradas, lotou. Só pra dar uma idéia: imagine que, ao invés de colocar um par de cada animal na Arca de Noé, decidiram colocar todos. Acho que mais um pouco e teria gente brigando por ar lá. Mas a mídia não se importa com as dificuldades de transporte da população. Pelo menos não com as da que não viaja de avião.
O acidente da Tam fez a população se voltar pAra esse fato de maneira tão intensa, a ponto de esquecer seus problemas. Nos deixamos anestesiar pela tragédia dos outros e esquecer de nós mesmos. Tá certo, não tenho parente ou amigo vítima do acidente. E é por isso que não me sensibilizei tanto com isso. Chorar faz bem, é uma das formas de mostrar a dor, protestar, exigir explicações, tudo isso é compreesível. Mas pelo menos para mim, pensar constantemente na tragédia só vai fazer mal. Tenho pavor a essas imagens de corpos carbonizados, chamas e acidentes em geral. E desses fatos, cada um tira uma lição. Cada um aprende. E com o tempo, as pessoas que perderam entes queridos aprender a viver com a dor. Porque não há como voltar no tempo.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
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Um comentário:
Adorei! :)
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